Reforma Previdenciária: O debate necessário- Parte 5

 

Preparando o futuro

A previdência complementar é um tema que foi definitivamente colocado sobre a mesa, sublinha Giambiagi. ”As entidades precisam se preparar para o futuro porque o mesmo desafio que se apresenta à previdência Social será colocado para a os administradores dos fundos de pensão, ou seja, se o País der certo e os juros continuarem em queda, teremos um problema feio para assegurar o retorno necessário ao cumprimento das metas atuariais.”

Com uma taxa de 3,5% ao ano, será preciso enfrentar o desafio de aumentar as contribuições ou diminuir os benefícios, tudo dentro de um cenário que exigirá assumir maior risco nos investimentos. ” A taxa de juros de referencia será menor para sustentar a mesma aspiração à aposentadoria dos participantes”, destaca o Economista. Ele lembra que o mundo de altos salários e aposentadorias sem grandes perdas em relação a esses salários graças a uma contribuição moderada ao longo da vida laborativa, e ainda por cima com aposentadoria precoce, já não é sustentável. “Esse Brasil acabou”, sentencia.

A previdência, por conta de suas implicações sociais, não pode ser encarada apenas como uma questão matemática, avalia Giambiagi, embora ela também seja matemática e, como tal, “é implacável”. “As EFPCs terão que se preparar e preparar seus participantes para esse futuro.”

Oportunidade de comunicação

Na avaliação de Wagner Balera, falta ao sistema de Previdência Complementar uma atuação mais efetiva nas áreas de comunicação e educação financeira e previdenciária para explicar à sociedade a importância de seus planos. “É essencial criar canais permanentes de comunicação. Hoje quem ‘vende esse peixe’ é o setor de previdência aberta, mas esse pessoal nem sempre está preparado para compreender e explicar o conceito; é preciso que sistema fechado fale mais diretamente com as pessoas.” O momento atual, com a suspensão das negociações para votação da PEC, precisa ser aproveitado para que as EFPCs ampliem a discussão e contribuam para esclarecer a sociedade sobre o papel desse tipo de poupança previdenciária, recomenda.

O crescimento do sistema fechado de Previdência Complementar deverá passar por questões regulatórias, como a simplificação de processos e desoneração, mas também por uma reformulação de produtos, acredita Mangela. “O PrevSonho , os planos instituídos , familiares e setoriais, assim como os planos multipatrocinados, serão cada vez importantes para esse crescimento, mas também seria fundamental contar com o mecanismo de adesão automática e com processos mais simples.”

 

Fonte: Revista da Previdência Complementar Fechada da Abrapp

 

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